Eppur Si Muove – a longa história da Associação
dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto em livro.
A História da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, em dois volumes, da autoria de Manuela Espírito Santo, vai ser apresentada por Jorge Pedro de Sousa, no dia 16 de novembro, às 17. 30 h, na Fundação Eng António de Almeida. Eppur Si Muove, assim intitula a obra, é uma biografia detalhada e ilustrada de uma das mais antigas instituições de intervenção cultural e cívica.
Muitas dezenas de pastas contendo cartas, notas, fotografias, manuscritos, mas também relatórios e contas, numa investigação minuciosa, ajudaram a traçar um retrato da instituição, fundada em 13 de outubro de 1882. Fazer uma biografia, num período temporal tão longo, diz Manuela Espírito Santo é, antes de mais, “escolher, selecionar o ângulo que se pretende iluminar. Procurei ser justa e não me deixar contaminar pela emoção, principalmente, pelo preconceito”.
A história Associação dos Jornalistas e Homens de Letras é, também, uma história da vida social e cultural dos últimos 140 anos da cidade do Porto e do País. Atravessou a monarquia, assistiu à implantação da República, viveu revoltas e revoluções, duas guerras mundiais, a peste, a cólera e outras epidemias e, em quase tudo, interveio.
Ao longo de quase 140 anos de existência, centenas de nomes integraram os corpos gerentes da Associação. Médicos, advogados, escritores, jornalistas são as profissões mais representadas. “Mulheres não constam. Das sete que integraram os corpos dirigentes – Marta Mesquita da Câmara, Olga Vasconcelos, Fátima Torres, Filomena Cabral, Maria do Pilar Figueiredo, Elisa de Sousa e Manuela Espírito Santo –, fizeram-no em lugares modestos e de pouca visibilidade”.
Até 1901 não há registo da presença de mulheres entre os associados da AJHLP, que teve os seus primeiros estatutos redigidos por Sampaio Bruno. Clorinda de Macedo, professora e poetisa, lê-se no Relatório e Contas de 1902, é “a primeira senhora que nos dá a honra da sua camaradagem”.
