A Associação de Jornalistas e Homens de Letras levou a efeito, na sua sede, a apresentação do livro “O 25 de Novembro a Norte o processo revolucionário no ano de 1975” de Jorge Sarabando, que ficou a cargo da escritora Daniela Costa. A sessão, que esgotou os lugares disponíveis devido à pandemia, não deixou de ser o palco de um debate – com rigor de reflexão – e aí está o seu mérito – de um período conflitante. O Presidente da AJHLP, Francisco Duarte Mangas , considerou ser um contributo raro – exemplar – no conjunto das reflexões sobre o processo revolucionário e o golpe (ou golpes) do 25 de Novembro. Por sua vez Daniela Costa – a autora de “Uma Bomba a iluminar a noite do Marão” – reconheceu que o livro “O 25 de Novembro a Norte” teve uma significação particular: sobretudo no que toca à vivência de uma jovem ficcionista nascida em Vila Real (nada alheia à dinâmica do processo “revolucionário” e a ofensiva das redes terroristas da extrema-direita). Herdando a experiência adquirida, criando e recriando, certos acontecimentos – integrando-as às condições de seu contexto – ligados à história da morte de Maximino Barbosa de Sousa, conhecido como Padre Max, e Maria de Lourdes (indicando tão somente alguns elementos do atentado bombista de Vila Real a 2 de Abril de 1976). O publicista e autor de “O 25 de Novembro a Norte” Jorge Sarabando salientou, por fim, que no seu trabalho não se emitem opinões definitivas dado que novas leituras acabam por provocar novos “insights”. Mas onde é necessário assinalar uma reflexão atempada e rigorosa de modo determinante – um questionar e buscar os “porquês” – discernindo os tópicos analíticos e sequenciais da nossa história recente. Editado pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, o livro, que vai já na sua terceira edição, descreve factos, enquadra acontecimentos, estabelece conexões entre diversos episódios do processo revolucionário no ano de 1975, contribuindo para uma reflexão sobre um acontecimento de proporções e repercussões históricas (único e irrepetível).
Foto: Júlio Roldão